Por quanto tempo esperamos por quem amamos? Por um olhar uma palavra ou mesmo a simples presença?
Talvez pouco esperamos ou pouco nos lembramos que a vida prossegue por momentos e nem todos eles se encaixam perfeitamente...
Ao terminar de assistir um filme tão belo quanto um momento único numa vida percebi coisas novas. As quais sempre gosto de concretizar em palavras, embora o momento de criação seja sempre difícil e nem sempre realiza o que no inicio nos propomos, ao termino sempre sinto um alívio e a falsa sensação: “acabo de eternizar mais um momento”, mas a questão é: momentos nunca são eternizáveis e nunca voltam, apenas passame deixam suas migalhas pelo chão, nunca reencontraremos sensações perdidas, mas podemos sentir que de fato existiram e que são inesquecíveis.
Tenho um péssimo defeito, me envolvo demais com filmes, livros, músicas ou qualquer outra manifestação humana que não esteja ocorrendo na realidade. Por isso é comum me pegar chorando demasiadamente experienciando esse tipo de coisa. Jurei para mim que não iria mais assistir filmes de drama ou qualquer outra coisa que contenha elementos emocionais demais. Rsrsrsrs... Bem, não cumpri minhas promessas. Afinal de que vale a vida se você não se envolve com ela? Mas antes se envolver com filmes do que com a realidade do sofrimento cotidiano... Pior ainda é se envolver com os dois! (risos)
A vida é curta, passageira e nela somos apenas passageiros. Há quem diga que podemos dirigi-la para onde queremos. Já eu diria que podemos escolher em que vagão ficar, em que assento sentar ou talvez em que estação descer, mas uma hora ou outra sempre voltamos ao trem e ele a todos leva a um único lugar. O certo é que todos um dia partiremos dessa para uma “melhor”, e muitos de nós deixarão os o que aqui ficarem numa pior. Entenda-se melhor e pior apenas como figuras contrastantes, vamos deixar categorias de mais ou menos pra lá, e seguir.
Todos caminhamos com o mesmo fim, para além de um amanhã desconhecido e um futuro “eterno” temos uma estrada a trilhar aqui mesmo...
O Filme da qual falo trata de uma adaptação de uma história real de lealdade e companheirismo entre um cão e seu dono e os momentos que se seguem desde antes o encontro dos dois até o ultimo encontro. Hachi foi encontrado pelo professor numa estação de trem que a partir de então faz de tudo para encontrar seus donos, no fim não se descobre o paradeiro do animal e este passa a fazer parte da família. Hachi de uma linhagem japonesa rara obtém seu nome de sua coleirinha onde está desenhado o símbolo chinês que representa o numero oito e simboliza o que é eterno aquilo que ao subir toca o céu ao descer a terra.
Entre os dois se desenvolve uma relação tão forte que nem a morte conseguiu separar. Depois da morte de seu dono, esta a qual o animal conseguiu sentir de alguma forma miraculosa, Hachi prossegui diariamente esperando o trem que sempre trazia de volta seu grande amigo. Neste momento me recordo de Baleia de Graciliano Ramos sonhando com preás e consigo sentir a dor de Hachi que no filme, e que personificado em figura humana fez daquela trama para mim uma das mais tristes e desconcertantes. Não me conformei, me inquietei e tive vontade a todo o momento de desligar a televisão. Hachi estava só no mundo, o ser a quem tanto teve devoção não voltava, não voltou jamais, mas todo o dia a cada som do apito do trem estava lá ele a esperar, pacientemente durante longos dez anos, no mesmo lugar na mesma hora... Ele nunca voltou, mas Hachi pode vê-lo de novo em seus sonhos e assim adormeceu.
“Por que não importa para onde eu vá sempre terão aqueles que estarão lá pontual e eternamente”
(Sempre ao seu Lado)
Talvez pouco esperamos, talvez pouco amamos...
Bela Malta
2 comentários:
dói neh...
Esse filme é muito bom, me ensinou bastante.
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