Em uma madrugada de um fim de agosto... Dizia-se:
– Meus eu líricos são sempre tantos e desconcertantes que...
– Para de poetizar a vida! Pelo amor de Deus. Você não cansa? Vive tua verdade nua e crua!
– Essa é a minha verdade.
– Não existe eu líricos, nem flores, nem construções, nem amantes incuráveis... Só existem pessoas, pessimamente pessoas sem eira nem beira.
– Mentira! Existe a poesia que não tem fim. Ela produz sorrisos e esperanças.
– Porra de poesia! Vai te entreter com coisas de carne e osso!
– Pessoas não são coisas! Não se deve manter alguém tão perto e depois tão longe que a faça sofrer.
– Seu imbecil...! Quem falou a você que existe proximidade? Quem falou que há amor?
– É algo que está sempre implícito nas relações, mas não deixa de ser patente...
– Você quer sonhar? Vai dormir. Quer proximidade? Compra um animal de estimação. Pessoas são os animais mais irracionais que existe. Desista de conquistá-las.
– Quero conquistar mais que pessoas, quero conquistar suas palavras mais secretas.
– Não tente conquistar minhas palavras, pois não há segredos em mim, nem sonhos, só eu. Eu já vou e não volto.
– Eu prometo que vou aonde quer que vás. Mas não me prometo pertencido até de seu amor ser completo.
– Talvez você um dia conquiste minhas palavras mais secretas... Por que a mim já conquistou.
– Eu já tinha ti conquistado antes mesmo de você saber disso! Eu sou teu coração!
E num inicio de setembro apenas a espera, um tal agosto ia de se findar.
(Bela Malta)
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