Se a poesia não me ataca, não me alcança, não me marca, nem abala, fatalmente estaria fadada a viver apenas o pó da vida, contudo que as cores façam-se minhas companheiras...
Cedo o lugar da angustia, da desesperança. Cedo o lugar da inquietude, da falta de fé, da ausência de poesia. Repenso meus contos, minhas histórias, minhas fantasias. Retiro a poeira dos moveis e desencaixoto as palavras, não esmago o choro nem as lagrimas, mas faço dele enxurrada de outono lavando as dores do ser mais profundo, aquele que se esconde por trás de uma grossa superfície.
Aquela grande apatia precisa ser desmontada desmentida, sem medida ser colocada na garagem junto aos entulhos. Simpatizo com a vida, com meus dias com o que pra mim se faz real. Não reduzo minhas comédias, minhas melhores expectativas se fundam no riso, num belo sorriso e numa manhã mais amena. Não aguardo o mundo inteiro nem sonho com castelos, só não agüento a repetição sem emoção que me acompanha.
Um pouco mais de vida, de sensibilidade, onde há a falta do sentir, do ser sentido. Apatia que devia ser trocada por empatia. Pelo enxergar-se no outro, na sua existencia, nas suas palavras, nas suas alegrias. Por que não nas suas tristesas? Uma gota de misericordia! Misericordia por estes que estão ao redor, seu choro, sua aflição, que nos tentam capaturar e nos indicam nossa própria apatia em seus insípidos sinais de socorro.
Mas se o mim inquieta-se e pede desesperadamente minha atenção, não me deixa alternativas. Minhas prisões, meus limites me sufocam não me deixam pensar menos em mim, menos nos meus medos, minhas dúvidas.
Mas se o mim inquieta-se e pede desesperadamente minha atenção, não me deixa alternativas. Minhas prisões, meus limites me sufocam não me deixam pensar menos em mim, menos nos meus medos, minhas dúvidas.
O que hoje se impõe como tarefa é: alternativas são fato, fato construído. Um remodelar. Escrever uma nova poesia largar um pouco o drama da vida e viver um trama que dê lugar a outras sensações, as mais ínfimas e esquecidas no pragmatismo da vida. As palavras me lavam a alma e me tentam a vibrar, a romper, parar de tanto pensar e apenas viver...
Ainda me resta viver a poesia em plena vida real
Bela Malta
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