sábado, 31 de dezembro de 2011

.Porto de Esperanças

"Sou uma mistura de (des)ilusão e esperança. Há quem diga que isso não exista, mas eu digo que sim e por experiência própria." 
(Bela Malta)

- na espera do marco imagético-
-Eis que é chegado-
Foto: Rafael Rodrigues

Era fim de ano e se iniciava mais um recomeço de dias... Eu partia para vida como quem sente o cheiro do mar e não resiste a seu convite, era um dia como outro qualquer e não existia expectativa alguma em mim, nem planos, nem projetos, nem demandas, não porque não houvesse esperança, mas por que eu havia escolhido ser surpreendida, viver e sentir a experiência de viver, sem receios e frustrações. Carregava comigo apenas a esperança de que nada era impossível... Eu nem ao menos sabia o que era possível, nem mesmo sabia das impossibilidades, a vida ao meu redor me chamava para viver e eu como criança ansiava brincar com ela, brindar o que eu já tinha, porque o que eu não tinha eram paginas ainda não folheadas já pensadas por uma mão poderosa que se estende sobre mim todos os dias e que me alcança pela Graça, mas que por mim serão escritas a cada respirar, passo a passo. Certa de que precisava me empenhar nessa tarefa, eu, dentro de mim tremia e expirava tudo para fora.

Estava tudo tão diferente em mim que eu não me reconhecia e reconhecia os reflexos de dias anteriores em mim. Não me orgulhava de muita coisa, mas não lamentava. Não era tempo de lamentar! Não era tempo de decepção! Não era tempo, simples... Era tempo de planejar, refazer planos perdidos, viver meus planos sem receio do fim deles.

Era dois mil e doze, só haviam dois ao seu lado, os outros, estavam em seu pensamento, em seu coração ou até mesmo apenas nos seus sonhos, mas estavam nela de alguma forma. Eu, ela, nos confundíamos e  trocávamos  o papel principal entre nós, ora eramos atores ora apenas narrávamos e nos tornávamos coadjuvantes.

Na noite anterior pensou por longo tempo naqueles pela qual a saudade insistia em apertar o peito, aqueles que coloriam sua vida diariamente, aqueles que ela amou tão facilmente, aqueles que demoraram a ocupar um lugar nela, mas pela demora da conquista lhe eram fundamentais, naqueles que a irritavam com tanta facilidade,  mas sem eles... humm, não se sabe se seria tão bom viver, naqueles que lhe deram a existência, mas que nem sempre ela conseguia ver isso neles em meio aos dilemas da vida, esses que serão dela por toda vida.

Entre uma brincadeira e outra o pôr-do-sol de 2012 lhe incitava a contemplação, dias à frente a esperavam, talvez não tão novos, talvez não tão velhos, apenas dias, dias que ela ainda desconhecia o sabor, mas degustaria.
(Bela Malta)

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