"Sou uma mistura de (des)ilusão e esperança. Há quem diga que isso não exista, mas eu digo que sim e por experiência própria."
(Bela Malta)
- na espera do marco imagético-
-Eis que é chegado-
-Eis que é chegado-
Era fim de ano e se iniciava mais
um recomeço de dias... Eu partia para vida como quem sente o cheiro do mar e não
resiste a seu convite, era um dia como outro qualquer e não existia expectativa
alguma em mim, nem planos, nem projetos, nem demandas, não porque não houvesse
esperança, mas por que eu havia escolhido ser surpreendida, viver e sentir
a experiência de viver, sem receios e frustrações. Carregava comigo apenas
a esperança de que nada era impossível... Eu nem ao menos sabia o que era possível, nem
mesmo sabia das impossibilidades, a vida ao meu redor me chamava para
viver e eu como criança ansiava brincar com ela, brindar o que eu já
tinha, porque o que eu não tinha eram paginas ainda não folheadas já
pensadas por uma mão poderosa que se estende sobre mim todos os dias e que me
alcança pela Graça, mas que por mim serão escritas a cada respirar, passo a
passo. Certa de que precisava me empenhar nessa tarefa, eu, dentro de mim
tremia e expirava tudo para fora.
Estava tudo tão diferente em mim
que eu não me reconhecia e reconhecia os reflexos de dias anteriores em mim.
Não me orgulhava de muita coisa, mas não lamentava. Não era tempo de lamentar!
Não era tempo de decepção! Não era tempo, simples... Era tempo de planejar,
refazer planos perdidos, viver meus planos sem receio do fim deles.
Era dois mil e doze, só haviam dois
ao seu lado, os outros, estavam em seu pensamento, em seu coração ou até mesmo
apenas nos seus sonhos, mas estavam nela de alguma forma. Eu, ela, nos confundíamos e
trocávamos o papel principal entre nós, ora eramos atores ora
apenas narrávamos e nos tornávamos coadjuvantes.
Na noite anterior pensou por longo
tempo naqueles pela qual a saudade insistia em apertar o peito, aqueles que
coloriam sua vida diariamente, aqueles que ela amou tão facilmente, aqueles que
demoraram a ocupar um lugar nela, mas pela demora da conquista lhe eram
fundamentais, naqueles que a irritavam com tanta facilidade, mas sem
eles... humm, não se sabe se seria tão bom viver, naqueles que lhe deram
a existência, mas que nem sempre ela conseguia ver isso neles em meio aos
dilemas da vida, esses que serão dela por toda vida.
Entre uma brincadeira e outra o
pôr-do-sol de 2012 lhe incitava a contemplação, dias à frente a esperavam,
talvez não tão novos, talvez não tão velhos, apenas dias, dias que ela ainda
desconhecia o sabor, mas degustaria.
(Bela Malta)
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