Meu
refúgio e minha fortaleza. Como diz o salmista em sua terrena sabedoria; é
exatamente assim que sinto Deus. Talvez algo que eu não compreenda que me
evoque questionamentos, que me usurpe horas de reflexão, mas que me conforta
quando olho para a simples existência e a vejo como erva e sua beleza como a
flor da erva que se esvai a seu tempo.
A
vida está aqui para ser vivida, contemplada saboreada e Deus esta para vida
como o homem para a morte e a morte, enquanto fim, para o homem.
Deus
para mim, uma metalinguagem que fala de si enquanto homens falam de um Deus ou
de um não deus. Um inapropriável.
Para
uns uma versão da história mais confortável, mais bela que a dureza da
realidade. Não é isso que nos sugestiona Pi (personagem do filme Life of Pi)? Para outros, uma meta-realidade, nem física,
nem social, mas que se revela no homem e para o homem em sabedoria, graça e
misericórdia.
Quem é Deus para mim? Uma realidade que me
revela quem sou, e mais ainda tudo que não sou, que me permite viver o aqui e o
agora em arrependimento, em responsabilidade, em culpa e em constante mudança,
sem certezas imutáveis, mas na constante certeza de que estarei sempre em
transformação e nunca, nunca pronta e acabada. Nem mesmo quando achar estar.
Ao
que, ao excluir-me da dor do arrepender-se estaria eu negando algo tão
particular de minha natureza, a dança do desenvolvimento, do crescimento, do
amadurecimento, a dança da vida em movimento.
A
vida é o silencio que desperta minha dança e Deus a música que dar beleza e
ritmo aos meus passos. Eu o amo sem o ver, o sinto para além dos meus sentidos
e jamais deixarei de dançar seus acordes.
(Bela Malta)
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